A operação FAROESTE nasceu para investigar o denunciado esquema de corrupção e vendas de sentenças na Bahia. A ação foi perpetrada por 13 desembargadores e 12 juízes, todos são membros da máxima Corte.
Para a prática vergonhosa, os “homens e mulheres da lei” contaram com 15 advogados, 15 parentes dos envolvidos e outros 16, entre servidores públicos e políticos.
Todavia, para se safar, a também partícipe, desembargadora Sandra Inês Rusciolelli, se ofereceu a delação premiada. Os fatos anunciados pela delatora, com a riqueza de detalhes, a mim não causaram perplexidade, só muita náusea!
Como operador do direito, sempre disse que a justiça não existe, lutamos por ela! Entretanto, constato agora, que a situação, se pudesse ser materializada, seria um grande buraco de excremento, transbordando para todo lado, para desonra da magistratura.
Constato na linha do tempo, que cada um dos envolvidos cuidou de represar a gigante latrina, para enriquecimento ilícito próprio!
Imagino o sofrimento dos muitos juízes probos, lutando para não serem atingidos pelos dejetos! Volto a mim, ao longo de praticamente trinta anos, guerreado sozinho nessa perversa labuta, que travei apenas com a arma da lei, essa que as vossas excremências, ignoravam dia sim, dia sim, também, para favorecerem “os amigos do rei”.
Antes tarde do que nunca! Aliás, a alcunha para a operação (Faroeste), justifica bem o esquema: é coisa de cinema - só a título de valores bloqueados, conta-se a “bagatela” de 581 milhões!
Nesse enredo nada é ficcional, salvo, o título de cônsul da Guiné Bissau, a que se atribui Adailton Maturino, o protagonista do horrendo esquema.
Nessa seara, o combalido Tribunal de Justiça da Bahia, o mais antigo do país, desceu ao insalubre fundo do poço. Oxalá! Mais tarde, sobressaia triunfal.
Calha concluir dizendo: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. Frase de Rui Barbosa, o patrono do Tribunal de Justiça da Bahia!
Por Isac Oliveira - Adv.