Nos 20 anos do Jornal Folha Sertaneja e mantendo o objetivo de continuar levando aos leitores do Jornal e aos mais de 100 mil internautas que acessam esse site todo mês – mais de 3 mil por dia – continuamos homenageando as mulheres neste mês de Março, no quadro PERSONAGENS EM DESTAQUE.
E desejamos trazer para hoje o abraço em todas as mulheres escritores, poetisas, historiadoras de Paulo Afonso e, em especial, aquelas, que são membros da Academia de Letras de Paulo Afonso e que, coincidentemente, todas têm MARIA em seus nomes. São as MARIAS DA ALPA, aqui apresentadas com brevíssimo relato de suas vidas.
A Academia de Letras de Paulo Afonso foi criada em 20 de novembro de 2005 e já ali trazia entre os seus 15 membros fundadores mulheres que se destacavam como educadoras, poetisas, escritores.
Ali estava Maria Lúcia Cordeiro (in memoriam) e Jovelina Maria Ramalho, Maria Socorro de Mendonça, Maria do Socorro Araújo (Marajana), Maria da Glória Lira, que ainda estão entre os atuais 38 membros, escritores e escritoras, poetas e poetisas, cordelistas, violeiros, historiadores, pesquisadores desta Academia de Letras, a ALPA.
A elas se juntaram outras mulheres que foram chegando aos poucos: Maria Lúcia Teixeira Santos, Maria Cleonice de Souza Vergne, Maria Gorette Moreira e Maria Telma Barbosa Aciole de Lima e Maria Dolores Moreira (in memorian)
Desse total de gente que pensa, escreve, busca informações e sobretudo que deixa que seus sentimentos explodam em versos falando de coisas, de ambientes, lugares e de pessoas, entre os 38 membros da ALPA, oito são mulheres, todas MARIAS, as MULHERES DA ALPA.
Estas poucas referências sobre cada uma dessas mulheres são apenas para lembrar a cada uma que elas são essenciais, importantes na caminhada desta Academia de Letras de Paulo Afonso e onde quer que elas estejam. Que estas MULHERES DA ALPA continuem alegrando a todos com a sua presença entre nós por muitos anos.
Maria Cleonice de Souza Vergne
Nasceu em Salvador/ BA, em 12/08/1954. Mora em Paulo Afonso desde 2002.
Em 25 de novembro de 2019, a Câmara Municipal lhe concede o título de Cidadã de Paulo Afonso.
Possui doutorado em Arqueologia pela Universidade de São Paulo - USP (2004), mestrado em História pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (1990) e graduação em História pela Universidade Federal de Sergipe - UFS (1983).
É professora aposentada da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), esteve durante anos atuando no Curso de Bacharelado em Arqueologia, em Paulo Afonso-BA.
É Coordenadora de Pesquisa do Centro de Arqueologia e Antropologia de Paulo Afonso/CAAPA.
Dentre os muitos trabalhos que deixa para a Ciência estão os do Sítio Justino, em Canindé do São Francisco, Sergipe, antes do enchimento da Barragem de Xingó que resultaram na criação do Museu Arqueológico de Xingó – MAX e os Sítios Arqueológicos dos povoados Rio do Sal, Mão Direita, Malhada Grande e outros no município de Paulo Afonso registrados no livro Pedras Pintadas, feito em parceria com Juracy Marques.
É membro Efetivo da Academia de Letras de Paulo Afonso, Cadeira Nº 24, cujo patrono é Ariano Suassuna.
Maria da Glória Lira
Nasceu em Esperança, na Paraíba em 28/03/1953.
Tem formação em Biologia e em História. Durante muitos anos atuou na área cultural de Paulo Afonso. Foi a responsável pela organização da Biblioteca Pública Municipal Monteiro Lobato no prédio da primeira Prefeitura, no Espaço Cultural Raso da Catarina, atualmente cedido para ser o Memorial Abel Barbosa e a sede da Academia de Letras de Paulo Afonso.
Foi diretora do Departamento Municipal de Cultura, desenvolveu intensa atividade de cadastramento de artesãos e a realização de feiras semanais de artesanato.
Coordenou a realização dos desfiles de 28 de Julho com enredos temáticos que atraíam grande público à Avenida. Também cuidou da preservação da cultura junina com a realização dos concursos de quadrilhas que se transformaram em grandes espetáculos.
É membro Fundadora da Academia de Letras de Paulo Afonso - Cadeira Nº 15.
Maria Gorette Moreira
Nasceu em Triunfo, PE, residente da cidade de Paulo Afonso, BA. Amiga da Cidade de Paulo Afonso - Resolução Nº. 225/92. Cidadã de Paulo Afonso - Resolução Nº. 257/93.
Funcionária da Câmara Municipal de Paulo Afonso, Coordenadora Pedagógica do Polo Educacional UNISA - Paulo Afonso, BA. Pioneira em Educação a Distância em Paulo Afonso.
Presidente da ASCOPA, Ex-Presidente da ALPA, Membro dos Conselhos Municipais da Criança e do Adolescente, Educação, Assistente Social e do Conselho do Meio Ambiente, Comitê de Itaparica, Conselho de Turismo. Ex-Secretária de Educação de Santa Brígida.
Escritora, poetisa, foi colunista do Jornal Forquilha. Participou da coletânea de Poesias na Semana do Modernismo, quando publicou Fragmentos de um Ponto de Partida (poesia-2ª Ed.2018) Participou da Antologia dos Dez Mandamentos em Prosa e Verso (2019) e da 1a, 2a e 3a Edição da Revista da ALPA.
Membro Efetivo da Academia de Letras de Paulo Afonso, onde ocupa a Cadeira Nº 19, cujo Patrono é Rui Barbosa. É Secretária Geral da ALPA para o biênio 2023/2025. Membro da Academia Santabrigidense de Letras e Artes.
Maria Lúcia Teixeira Santos
Nasceu em 31 de agosto de 1952, em Olho D’água do Souza, Município de Glória/BA, onde iniciou a escolarização na Escola Municipal. Mudou-se com a família para Paulo Afonso em 1963. Em 12/03/1992 a Câmara Municipal aprovou o título de Amiga da Cidade de Paulo Afonso.
Estudou na Escola Casa da Criança (hoje 01). Fez o curso ginasial e cientifico no Ginásio Paulo Afonso/ COLEPA.
Graduada em Psicologia pelos Institutos Paraibanos de Educação – IPÊ (hoje UNIPÊ) – João Pessoa, Paraíba, tem especialização em Educação de Adultos – UFPB, apresentando ao final do curso com Francisca de Assis de Sá, a monografia “O Bairro Centenário e sua organização comunitária”, em 1986. Cursou Mestrado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental – UNEB Campus VIII, defendendo a dissertação Impactos Socioambientais provocados pelas barragens Delmiro Gouveia e Apolônio Sales à população ribeirinha dos municípios de Glória e Paulo Afonso, em 2012.
Tem artigos publicados na Revista da Academia de Letras de Paulo Afonso Nº 4 (2022) - Paulo Afonso antes da CHESF: povoações na região da cacheira. e Nº 5(2023) - Parque Belvedere em Paulo Afonso-BA: uma paisagem cultural na caatinga-uma restauração ecológica.
Durante quinze anos atuou como atriz no Grupo de Teatro Curicaca.
Membro Efetivo da Academia de Letras de Paulo Afonso, Cadeira 16 que tem como patrono o poeta baiano Gregório de Matos Guerra.
Maria do Socorro Araújo Nascimento
Nasceu em 26/01/1966 na cidade de Paulo Afonso/BA.
Formada em Letras pela Faculdade Sete de Setembro – FASETE (UNIRIOS), na cidade de Paulo Afonso – Bahia; Pedagogia e Arqueologia, pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB; graduação em Serviços Imobiliários - UNIASSELVI. Pós-graduada em Metodologia do Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação – UNEB; Turismo e Desenvolvimento Sustentável – UNEB; Educação à Distância: Gestão e Tutoria, pela Universidade Leonardo da Vinci – UNIASSELVI; Metodologia da Língua Portuguesa - UNIASSELVI; MBA em Gestão Comércio Inteligência de Mercado – UNIASSELVI e Psicopedagogia - UNIASSELVI.
Autora dos livros: Solidão (poesia), Janelas da Alma (poesia) e coautora do livro: A Vida e a Vida de Pe. Lourenço (biografia). Coautora do livro Diocese de Paulo Afonso: Luzeiro de Fé e Esperança no Sertão Baiano.
Atualmente, é Coordenadora pedagógica na Escola Vinicius de Moraes no Jardim Bahia e trabalha na área de vendas (terceira paixão) como corretora de imóveis do Eco Park Paulo Afonso. Suas obras estão publicadas na AMAZON em livros e, também, e-book.
É membro fundadora da Academia de Letras de Paulo Afonso, Cadeira nº 5.
Maria Socorro de Mendonça Gomes
Nasceu em Icó/CE, no dia 03/08/1947.
Vive em Paulo Afonso desde 1951. Em 2018, recebeu o título de Cidadã de Paulo Afonso.
Graduada em Pedagogia, especializou-se em Educação Infantil e Orientação Educacional. Professora de Magistério, atuou em Paulo Afonso, Glória e Santa Brígida, na Bahia.
Foi Coordenadora Municipal de Educação de Paulo Afonso, em 1992 e Secretária de Educação e Ação Social de Glória, em 1993. Implantou e coordenou o Programa Sentinela em Feira de Santana/ BA, com destaque nacional.
Faz parte do Dicionário de Autores Baianos/2012. Compõe, poesias, cordéis e crônicas. Como poetisa, a obra Monólogo de Um Pivete de 2001, obteve classificação nos títulos: As melhores Poesias do Século, do Rio de Janeiro, Anuário de Escritores, do Rio de Janeiro e Valores Literários do Brasil, do Distrito Federal.
Publicou: Pelo Social (poesia/1993), Tipos de Conhecimento (cordel/1994), Receituário de Alimentação Alternativa(1999), Traços de Mim (poesia/2018) e Cozinhar 100 Segredos (2020).
É membro Fundadora da ALPA, Cadeira Nº 10.
Jovelina Maria Ramalho da Silva
Nasceu no Rio de Janeiro em 25/09/1952.
Tem raízes familiares em Palmeira dos Ìndios/AL e em 2018 recebeu da Câmara Municipal de Paulo Afonso o título de Cidadã de Paulo Afonso.
Escritora, poetisa, Graduada em Pedagogia e Bacharela em Direito e foi professora por muitos anos das Escolas da Chesf e COLEPA e do Colégio Polivalente de Paulo Afonso.
Já foi coralista do Coral da Chesf e atualmente faz parte do Coral da Catedral N.S. de Fátima, da Diocese de Paulo Afonso.
Tem três livros publicados, o primeiro, Verso e Reverso, em 1992, durante o Modernismo em Paulo Afonso e dois cordéis. Participou do livro do Concurso de Causos promovido pela Chesf na comemoração dos 50 anos da empresa, em 1998 e das publicações da ALPA: Rio São Francisco em Prosa e Versos, Revista da Academia de Letras de Paulo Afonso Nºs 1 a 5 e Antologias de Poetas de Paulo Afonso Nºs 1 e 2, publicados entre os anos de 2019 e 2023.
Acredita que na vida vale o prazer de poetizar e cada dia é um presente de DEUS, portanto, vivê-lo intensamente é sabedoria divina.
É membro Fundadora da ALPA, Cadeira Nº 12, onde criou o Projeto “O Escritor vai à Escola” através do qual os escritores da ALPA vão às Escolas falar de escrita e de leitura para os jovens estudantes.
Maria Thelma Barbosa Aciole de Lima
Nascida no Sertão da Bahia, em Paulo Afonso, em 02/01/1952 e criada dentro de uma Vila de área de segurança nacional. As ruas dentro da Vila eram denominadas pelas letras do abecedário.
Eu morava na antiga Rua D numero 21. Essa Vila era cercada por um muro de pedras, com 2 metros de altura. Eu achava que o mundo se resumia ali dentro. Um dia, essa menina ganhou o mundo e viu que o mundo era bem maior do que ela pensava. Costumo dizer que sou escritora, pra dominar meus anjos e demônios.
Livros- Um rio que mora em mim e A moça do brinco de rubi.
Presença nas Bienais do Livro de Paulo Afonso de 2014 e 2016 e no FLIP- Rio de Janeiro.
É membro Correspondente da Academia de Letras de Paulo Afonso, Cadeira Nº 32, que tem como patrona a escritora cearense Rachel de Queiroz.
In Memoriam
Em seus 18 anos de vida, completados em 20 de novembro de 2023, a Academia de Letras de Paulo Afonso perdeu cinco membros, imortais em outro plano. Dentre os que nos deixaram, duas mulheres, duas Marias: Lúcia Cordeiro (2006) e Dolores Moreira (2024).
Maria Lúcia Cordeiro
Lúcia Cordeiro foi professora e coordenadora do Colégio Sete de Setembro durante toda a vida. Foi membro fundadora da Academia de Letras de Paulo Afonso e uma semana depois da posse dos seus membros, que aconteceu em 21 de outubro de 2006, faleceu.
Maria Dolores Moreira
Dolores Moreira dedicou-se toda a vida ao teatro em Paulo Afonso, tendo-se formado como dramaturga na Universidade Federal da Bahia, em Salvador onde também chegou a ser premiada pelo seu trabalho. Realizou peças memoráveis no Centro de Cultura Lindinalva Cabral, tais como O Nordeste é Lindo e Alpercatas de Couro Cru, ressaltando a importância e a luta do homem sertanejo. Produziu muitas peças para a Chesf. Trabalhou, até os seus últimos dias na Educação em Paulo Afonso. Seu legado artístico e educacional deixou uma marca indelével. Ela faleceu na tarde de quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024, os 62 anos de idade.
Obrigada, imortal Antônio Galdino. Este reconhecimento nos ajuda à lutar e fazer da ALPA uma um grande Academia.A ALPA SOMOS TODOS NÓS e JUNTAS SOMOS FORTES. Vida longa e sucessos merecidos para o JORNAL FOLHA SERTANEJA.