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José Rudival de Menezes – empresário, venerável mestre maçom, vereador pioneiro, responsável pela iluminação da cidade de Paulo Afonso

Publicada em 19/04/24 às 15:41h - 570 visualizações

Antônio Galdino


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José Rudival de Menezes – empresário, venerável mestre maçom, vereador pioneiro, responsável pela iluminação da cidade de Paulo Afonso
 (Foto: Arq. do jornal Folha Sertaneja)

Concluía eu uma nova revista sobre este município, chamada PAULO AFONSO – das origens aos nossos dias e destacamos a participação de um desses políticos pioneiros, quando em uma roda de conversa de amigos, o assunto chegou às andanças da política de Paulo Afonso nos nossos dias e, com um olhar nos seus primeiros tempos, veio a lembrança de José Rudival de Menezes, com quem muito conversei quando fazia o meu primeiro livro chamado De Pouso de Boiadas a Redenção do Nordeste, publicado em 1995. São dele estas afirmações:

             “A emancipação política de Paulo Afonso era irreversível.”

“Este (ou esta) é um pássaro de voo curto”.

“A ‘luz de Paulo Afonso’, enfim, iluminou a cidade.”

José Rudival de Menezes foi político de primeira hora em Paulo Afonso. Amigo pessoal de Abel Barbosa foi um dos seus apoiadores no processo da emancipação política de Paulo Afonso e, quando da primeira eleição do município, em outubro de 1958, estava ao lado de Abel Barbosa que foi candidato a prefeito pelo Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB, visto que tinha Abel o presidente Getúlio Vargas como seu mentor político. No grupo de Abel Barbosa, dentre outros que se destacaram na política de Paulo Afonso, estava José Rudival de Menezes, espirituoso, muito observador e atento ao que acontecia à sua volta, com avaliações muito persistentes.

Abel tinha dois grandes adversários nessa campanha para ser o primeiro prefeito de Paulo Afonso. De um lado o município de Glória e os seus apoiadores que não engoliam o fato de, através da intensa ação de Abel Barbosa no processo de emancipação política de Paulo Afonso, aquele município ter perdido a grande receita que vinha da Chesf para o novo município recém-criado. 

O outro adversário era o próprio poder econômico da Chesf que, com a força de seus gestores, tanto perseguia os chamados abelistas que eram seus funcionários e até demitindo alguns deles, como foi o caso do abelista Gilberto Leal e outros e apoiava abertamente o candidato Otaviano Leandro de Moraes que acabou sendo eleito como primeiro prefeito de Paulo Afonso nas eleições de 3 de outubro de 1958. 

Ainda assim, mostrando força política, Abel Barbosa elegeu três dos oito primeiros vereadores pelo seu PTB: Luiz Mendes Magalhães, José Freire da Silva e José Rudival de Meneses, este último, o mais votado, com 333 votos.

Em entrevista ao autor para o seu livro Paulo Afonso – De Pouso de Poiadas a Redenção do Nordeste, publicado em 1995, José Rudival fez uma colocação bastante interessante sobre a emancipação política de Paulo Afonso, ao afirmar:

“A emancipação política de Paulo Afonso era irreversível porque o que se via era um crescimento muito grande do Distrito de Paulo Afonso, superando em muito o crescimento do Município de Glória.”

De fato, quando a Chesf se instalou no Povoado Forquilha, como disse Bret Cerqueira Lima, “tudo isso aqui era caatinga, pra todo lado que se olhasse. Havia umas oito ou dez casas espalhadas no meio da caatinga. Os primeiros engenheiros moravam em Pedra de Delmiro e vinham trabalhar nas obras da Usina de Paulo Afonso.”

Quando o Distrito de Paulo Afonso se emancipou, em 28 de julho de 1958, a população do local já se aproximava dos 25 mil habitantes registrados no censo do IBGE de 1960.

José Rudival também tinha uma visão bem clara sobre pessoas que queriam mostrar poder ou se exaltavam para querer aparecer em certas situações, inclusive vereadores que “se achavam muito importantes”, em outras legislaturas. Ele chamava essas pessoas de “pássaros ou aves de voo curto”. Diferente das águias que têm todo o espaço para voar e, do alto, têm total domínio da situação...

Mas, nesse tempo de vereador, ainda na primeira legislatura da Câmara Municipal de Paulo Afonso, de 7 de abril de 1959 a 7 de abril de 1963, José Rudival realizou o seu maior ato como vereador de Paulo Afonso. E o seu feito talvez nunca tenha sido valorizado ou reconhecido...

Por esse tempo, havia duas realidades em Paulo Afonso, dois universos bem distintos.

De um lado, a partir de 1949, foi construído o Acampamento da Chesf, chamado até de forma jocosa, de “a cidade da Chesf” onde estavam mais de mil casas residenciais, escritórios, hospital (NAIR), mercado público (hoje UNEB), campo de futebol, escolas, ginásio, clubes sociais – COPA e CPA – Igreja católica (São Francisco), praças, tudo urbanizado, com redes de água e esgoto e farta energia elétrica. Tudo grátis para os empregados da Chesf. Em muitas residências existia até fogão elétrico doado pela hidrelétrica. As praças e as ruas feéricamente iluminadas. Dentro da Chesf também ficavam a feira livre, o banco (da Bahia), os Correios...

Do outro lado, separada da cidade da Chesf por uma cerca de arame farpado que logo foi substituída por um muro alto, de pedras e com arame farpado em cima, vivia a maioria da população do lugar que se chamava Forquilha, passou a ser conhecida como Vila Poty, em 1954 passou a ser Distrito de Paulo Afonso e em 1958 tornou-se cidade e município de Paulo Afonso. E totalmente às escuras, ao lado do Acampamento da Chesf, de muitas luzes em todo lugar.

No ano de 1960, já no segundo ano do governo do Prefeito Otaviano Leandro de Moraes e a cidade às escuras. Os muitos pedidos de iluminação pública chegavam à Chesf e a hidrelétrica dizia que a responsabilidade dessa iluminação pública era da Codevasf. Pedia-se à Codevasf e ela dizia que isso era com a Chesf. E ficavam nesse jogo de empurra por um bom tempo, como disse José Rudival.

Foi então que aconteceu o grande feito do vereador José Rudival de Menezes.

Foi anunciada a visita do presidente Jânio Quadros às obras da Chesf. O vereador José Rudival teve então uma ideia e apresentou à Câmara um requerimento de sua autoria, aprovado pela unanimidade dos vereadores, pedindo ao presidente Jânio Quadros a doação pelo governo federal de um gerador de energia para iluminar a cidade de Paulo Afonso.

O pedido, aparentemente inusitado, chegou à imprensa que normalmente acompanha as visitas presidenciais e a repercussão foi bastante desagradável pois a cidade estava ao lado da Chesf que iria fornecer energia elétrica, levar a “luz de Paulo Afonso”, para todo o Nordeste.

O fato é que a repercussão dessa notícia irritou bastante o presidente Jânio Quadros que chamou o seu ministro, responsável por essa área e determinou que a cidade de Paulo Afonso fosse iluminada dentro de 90 dias.

Rudival contou que não sabe se a obra foi feita pela Chesf ou pela Codevasf mas disse que nunca se viu tanta gente e tantas máquinas cavando buracos, colocando postes, puxando redes elétricas nas ruas de Paulo Afonso e dentro dos 90 dias determinados pelo presidente Jânio Quadros, a cidade de Paulo Afonso estava iluminada.

Disse ainda José Rudival que não sabe dizer ao certo sobre o efeito desse seu requerimento nas eleições seguintes onde ele foi reeleito novamente como o vereador mais votado, com 338 votos.

José Rudival decidiu não continuar na política e encerrou as suas atividades após o seu segundo mandato de vereador - 1964/1967 - para se dedicar aos seus negócios e outras atividades na cidade de Paulo Afonso.

Ele, sergipano de Carira, nascido em 15 de setembro de 1934, participou da Loja Maçônica União do São Francisco onde chegou em 1973 e de onde foi Venerável Mestre no biênio 1978/1979.


Casado com Euda Ferreira, cujos pais foram pioneiros da Primeira Igreja Batista de Paulo Afonso, José Rudival de Menezes faleceu em 8 de junho de 2018.



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3 comentários


Ângelo Girão

20/04/2024 - 12:34:26

Excelente reportagem, parabéns nobre Amigo Galdino.


Edinaldo de Menezes

19/04/2024 - 16:42:51

Meu tio. Agora sei de onde veio essa veia política do meu pai e minha também. Como é legal saber um pouco da história de nossos familiares. Parabéns pela reportagem. Abraços!


SAUL CAMBOIM

19/04/2024 - 16:25:41

FOI UM GRANDE CIDADÃO, TIVE A HONRA DE O CONHECER; DEIXOU SAUDADES !


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