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Celebrando a VIDA

6 de setembro - Dona Noquinha festeja seus 99 anos

Publicada em 06/09/22 às 23:11h - 1088 visualizações

Antônio Galdino


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6 de setembro - Dona Noquinha festeja seus 99 anos
 (Foto: arq. do autor e álbuns da família)

Hoje à tarde, neste 6 de setembro de 2022, mandei para D. Noquinha, através do seu filho Evilásio, um abraço e os parabéns pelos 99 anos de vida, em mensagem de WhatsApp. Pouco depois, o telefone tocou. Era Evilásio que ligava, a pedido de D. Noquinha que queria falar comigo para agradecer pela mensagem. E conversamos um bom pedaço, ela feliz da vida e sempre muito agradecida e quem estava emocionado com essa celebração da vida era eu.

Quando escrevi o livro De Forquilha a Paulo Afonso, lançado em fevereiro de 2014, uma das personagens que tive a alegria de registrar foi uma senhora chamada Noélia Bezerra da Silva que quem muita gente dizia não conhecer. Mas quando eu perguntava se conheciam D. Noquinha e se sabiam que Noélia e Noquinha eram a mesma pessoa, todos abriam um largo sorriso.

Ah! D. Noquinha, todos conheciam, sabiam de suas habilidades com o artesanato, do seu trabalho nas feiras livres nos primeiros tempos de Paulo Afonso.

Recentemente o pastor e escritor Antônio Martins Bezerra lançou um livro em que fala da saga da Família Bezerra no Brasil, especialmente no Nordeste e reproduziu este capítulo do meu livro em que homenageio D. Noquinha, por ser ela uma representante dessa família na região. E lá estava D. Noquinha, então com 98 no Povoado Malhada Grande recebendo o seu exemplar do seu conterrâneo escritor, nascido, como ela na cidade de Riachuelo, em Sergipe.

Ela nasceu ali em 6 de setembro de 1923, há exatos 99 anos.

Ainda no começo do ano de 1950 veio para Paulo Afonso sendo uma das pioneiras do comércio local, ao lado de D. Risalva e outros comerciantes daquele tempo.

Isso aconteceu depois do seu segundo casamento com Boaventura José da Silva, da Lagoa da Pedra, comerciante de redes, e com ele começou um pequeno negócio, no mesmo lugar onde ainda mora hoje, ao lado da Catedral N. S. de Fátima.

Primeiro foi uma pequena bodega onde vendia alguns produtos mas era também bar que recebia, de vez em quando alguns bebuns inconvenientes.

D. Noquinha convenceu o marido a acabar com a bodega e começou a vender bisquís, flores, artigos de artesanato que ela mesma confeccionava como arranjos para noivas, bonecas, artigos para ornamentação e decoração, além peças de linhas para costura e bordado e ficou sendo uma referência comercial no que se refere a comercialização desses produtos.

O Armarinho Popular, de D. Noquinha chegou a ser o fornecedor desses artigos para lojas grandes do comércio de Paulo Afonso, como a Casa das Linhas, o Armarinho Imperial, o Bazar das Novidades.

Em 1960, quando a feira livre saiu da Chesf para a Av. Getúlio Vargas, D. Noquinha combinou com o marido para colocarem uma banca na feira, que ficou conhecida como a Banca de D. Noquinha.

Mas o casal sentiu a necessidade de expandir o seu negócio e vender também nas feiras de outros municípios da região e visitar povoados da zona rural.

Para isso, precisavam de um transporte e foram juntando um dinheirinho até que Boaventura realizou o sonho de comprar um Jeep que ele tinha visto numa revendedora do Recife.

Com o Jeep, colocavam os produtos do armarinho numas caixas e viajavam para Glória, Água Branca e outros municípios da região.

Às vezes, conta D. Noquinha, nas viagens para os povoados, quando o pessoal não tinha dinheiro, pagavam os produtos com gêneros alimentícios das roças.

Com o trabalho intenso, o casal foi economizando, comprou uma camionete e ainda construiu uma casa para aluguel, ao lado de onde hoje ainda mora D. Noquinha. Um dos seus inquilinos foi Duda Dentista. Depois, venderam a camionete para adquirir material para construir a sua casa.

Houve um tempo em que a família de D. Noquinha viveu dias de ansiedade e preocupação. Ela adoeceu, teve uma pneumonia e o seu estado de saúde ficou tão delicado que o Dr. Militão, médico diretor do Hospital Nair Alves de Souza, lá pelos anos de 1960, chegou a dizer que D. Noquinha “estava com a vela na mão”.

Mas o médico errou no “diagnóstico” porque D. Noquinha, depois de quatro meses hospitalizada, recuperou-se e continuou a sua caminhada sempre de bem com a vida!

Em 1988 enviuvou pela segunda vez e foi mãe e pai dos cinco filhos, Adigenal, Silvana, Sineide, Evandro e Evilásio “todos eles hoje bem encaminhados da vida”, ela dizia em 2013 quando eu concluía a pesquisa para o livro.

Ela lembra que, para a construção do Ginásio Sete de Setembro, muitos comerciantes, e ela estava entre estes, doavam um valor mensal para essa obra que é um grande colégio de Paulo Afonso.

Também fala que acompanhou a construção da Catedral N. S. de Fátima, bem ao lado de sua casa e lembra que viveu em Paulo Afonso muitos anos, em casas sem luz elétrica e água encanada.

Hoje, quando celebra 99 anos, na mesma casa onde morou toda a vida, claro, reformada, ampliada, adaptada às suas necessidades de idosa, canta os Parabéns no aconchego da família, dos mais próximos.

Obrigado por ter mandado Evilásio ligar pra mim, para compartilhar da sua alegria por completar 99 anos de vida, minha fiel leitora do jornal Folha Sertaneja.

 

Renovo aqui a minha gratidão a Deus que me permitiu conhecer esta senhorinha que completa hoje 99 anos de vida, sempre intensa. E deixo aqui os meus maiores aplausos para D. NOQUINHA, com quase 100 anos de muitas histórias. 

PARABÉNS, D. Noélia, ou D. Noquinha. Que Deus continue abençoando a tua caminhada!




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3 comentários


Aline Cristina

17/09/2022 - 14:34:27

Que orgulho eu tenho em poder te chamar de vó. Minha inspiração, meu melhor exemplo de fortaleza e honestidade. ❤️


Elianete

07/09/2022 - 21:18:52

Parabéns pra essa mulher guerreira, com quem compartilhei muitos momentos de alegria, boas gargalhadas, de um coração sem tamanho, sempre me acolheu com muito zelo e amor, gratidão. Saúde, até os 100 . Que Deus lhe abençoe sempre!


Ana Paula

06/09/2022 - 23:29:36

Que benção! Parabéns, D. Noquinha! Deus te abençoe


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