Quem começou o ano de 2024 celebrando a Vida foi Sebastião Leandro de Morais, paraibano que nasceu na Serra das Queimadas em 3 de janeiro de 1942, filho Zé Paizinho e Dercília Cordeiro de Morais e foi registrado em Monteiro.
Lá na Serra das Queimadas
Foi aonde ele nasceu
Obedecendo aos seus pais
Poucos anos ali conviveu
Deixando seu pé de serra
Veio morar em outra terra
Usando o que Deus lhe deu.
É um dos pioneiros de Paulo Afonso aonde chegou, ainda pequeno, acompanhando os pais, comerciantes dos primeiros tempos de Paulo Afonso.
Tem sido citado constantemente por escritores e produtores culturais como apoiador das artes, especialmente da literatura.
Sebastião Leandro, ao lado de Abel Barbosa, Otávio (ambos de saudosa memória),João de Sousa Lima, Maria do Carmo (esposa de Otávio), no lançamento do livro De Forquilha a Paulo Afonso, no Clube Paulo Afonso em 2014.
Frequentemente tem aberto os Supermercados Suprave para o lançamento, exposição e venda de livros, revistas, em apoio a muitos escritores pauloafonsinos, vários deles membros da Academia de Letras de Paulo Afonso – ALPA, onde ele também foi recebido, em Dezembro de 2017, como Membro Honorário, imortal da ALPA, como homenagem e em reconhecimento pelo seu trabalho em benefício da cultura e a cultura literária em Paulo Afonso.
Nos seus aniversários e no Natal ali sempre esteve o Coral Chesf de Paulo Afonso, regido por Sandro Rogério, cantando músicas em sua homenagem.
Talvez pelas suas origens sertanejas sempre gostou muito de ver os poetas sertanejos, repentistas. Nas cantorias e festivais de violeiros ele ali estava, lá atrás, discreto ouvindo e aplaudindo. Muito incentivou o jovem repentista Rafael Neto, neto de Poeta de Cristo que estudou no Colégio Carlina, é membro da Academia de Letras de Paulo Afonso e hoje, casado, mora no Piauí. De Sebastião, ele recebeu a primeira viola.
O hoje empresário Sebastião Leandro de Morais cresceu de forma simples e pobre em Paulo Afonso, onde estudou e trabalhou muito, em várias atividades.
Estudou no Murilo Braga
E na Escola Adozindo
Foi Escoteiro de Abel
Em tudo foi bom menino
No Ginásio estudou
E para todos mostrou
A força do seu destino.
Como afirmaram os poetas no cordel sobre sua vida, Sebastião guarda lembranças valiosos do seu tempo de Escoteiro do Chefe Abel. A foto acima fiz em uma das muitas visitas que fizemos ao pioneiro da emancipação política, Abel Barbosa quando estava escrevendo a sua biografia ABEL BARBOSA - O inventor de Paulo Afonso, infelizmente somente lançada após a sua morte. Coube a Sebastião Leandro de Morais, por justiça, fazer o prefácio desse livro a que deu o título de Memórias de um pioneiro.
Sebastião estudou no Ginásio Paulo Afonso por pouco tempo. Fez-se autodidata. Quando adolescente já trabalhava buscando conseguir o seu dinheirinho. Levava lenha para as padarias e transportava água em galões do Chafariz 2, que era localizado na Praça Bráulio Gomes, construída na gestão de Metódio Magalhães e conhecida como Praça dos Sete Dias, para a Sorveteria Sergipana, do Mestre Brito, onde hoje é a Casa da Cultura.
Lembrando da sua infância
Vendo o seu nome da tela
Para os outros pode ser feio
Pra ele é perfeita e bela
Veja o seu primeiro ensaio
Vendendo pão num balaio
Pelas ruas da favela.
Levou boa parte da juventude com um balaio na cabeça vendendo pães da Padaria União de seu pai, instalada na Rua da Palha. Foi também feirante da feira livre que existia no entorno do mercado público construído pela Chesf onde hoje é a UNEB, em frente ao Clube Operário de Paulo Afonso.
Também trabalhou muito para a Igreja Católica, transportando pedras para construções, no tempo do Padre Mário Zanetta que depois foi sagrado como o terceiro bispo da Diocese de Paulo Afonso.
Foi carteiro eficiente dos Correios em Paulo Afonso.
Depois de servir ao exército
Ele encontrou outros meios
Testemunhou muitos feitos
Traçando de meio a meios
A vida não foi menos dura
Pra mim foi uma bravura
Antes dele ser dos correios.
Dos investimentos que foi fazendo, como a compra de um caminhão, com o irmão, com um empréstimo do Banco da Bahia, “trabalhando pra Sacol, carregando areia e barro e prestando serviço á CHESF, Sebastião da ração”, ao longo da caminhada, fundou o Supermercado Suprave.
Sebastião Leandro recebendo mais um Troféu Destaque do Sertão, das mãos de Derinho Oliveira, seu criador. Recebeu todos, desde o primeiro evento.
Não é novidade hoje encontrar o octogenário Sebastião Leandro de Morais no Supermercado Suprave ajudando os idosos como ele levando suas sacolas de compras até os carros. Talvez por gestos simples assim que ele já recebeu o Prêmio Destaque do Sertão em todos os anos, desde que o projeto criado e dirigido por Derinho Oliveira foi criado, há mais de 20 anos.
Sebastião Leandro concedendo entrevista ao Professor Francisco Nery para o Jornal Folha Sertaneja e site
Aos 82 anos de vida continua sendo o irrequieto jovem paraibano que não consegue ficar parado. Um amigo comum o descreveu assim:
-“Esse Sebastião não para. O sobrenome desse homem devia ser Sebastião Trabalho...”
No cordel que o Poeta de Cristo e seu neto Rafael fizeram sobre sua vida foi acrescentado um pequeno texto em prosa que é uma mensagem de Sebastião Leandro de Morais aos jovens. E ele diz:
“O Brasil não pode prescindir da ajuda de sua juventude. Um jovem cético é como se estivesse morto para si e para a sociedade; um homem envelhecido por uma juventude apática logo atinge uma velhice pessimista, pois somente aquele que povoou de ideias a sua juventude e soube servi-lo com fé entusiasta atinge a idade provecta, sem envelhecer.
É evidente que não basta ser jovem na idade para ser entusiasta.
Mas só a juventude mental possui a plasticidade para abarcar o panorama da vida e a força elástica para vencer as resistências ancestrais de uma comunidade.
A juventude que descrê de seu país, descrê de sua capacidade de trabalho e de sua inteligência. É uma negação de si mesma.”
Sebastião Leandro, no Memorial Chesf, ao ser recebido como Membro Honorário da Academia de Letras de Paulo Afonso (Dez-2017)
Em um dos livros que organizei para a Academia de Letras de Paulo Afonso tive a oportunidade de prestar uma homenagem àqueles membros desta Academia que já estão vivendo nesse temos de mais de 80 anos e entre eles está Sebastião Leandro de Morais que completou nesse dia 3 de janeiro, 82 anos.
No grupo de WhatsApp da ALPA foram muitas mensagens de regozijo por mais um aniversário deste sertanejo também homenagem por esta Academia de Letras como Membro Honorário e, certamente foram muitos os abraços e os votos felicitações com a pedidos de oração para que ele fique entre nós por muitos mais anos para que continuemos nos alegrando na sua companhia.
Sebastião Leandro no lançamento do Jornal Folha Sertaneja em 18 de fevereiro de 2004, ao lado de Francisco Rodrigues, da Rio Malhas, então presidente da CDL e Josimar Luís, venerável da Loja Maçônica União do São Francisco. Sebastião continua apoiando este Jornal todo esse tempo.
Abraçamos daqui e de perto este Cidadão que nasceu na Serra das Queimadas, foi registrado em Monteiro, na Paraíba, mas foi homenageado pela Câmara Municipal de Paulo Afonso com o título de Cidadão de Paulo Afonso pelos muitos e louváveis serviços.
A esse apoiador da cultura de Paulo Afonso, e do jornal Folha Sertaneja desde a sua criação, há 20 anos atrás, o nosso maior reconhecimento e aplauso.
É uma honra ser sua filha,nossa alegria como filhos seus é tê-lo conosco todos os dias.Que Deus nosso Senhor lhe conceda muitos mais anos de vida com saúde!Te amo pai.
Perfazerparte da família somos testemunha de perto de toda sua tragetoria,seu labor sua honestidade, contribuindo para o progresso da cidade que nos acolheu Daqui da nossa capital envio-lhe em oração meus parabéns e que Deus acrescente mais anos a sua vida.
Tive o prazer de estudar com Sebastião. Gente muito boa. Sertanejo determinado que não leva desaforo para casa. Parabéns amigo! Que Deus continue abençoando a sua preciosa vida!
Quero aqui externar os meus mais efusivos votos de PARABÉNS, ao nobre e querido confrade Sebastião Leandro de Morais. Que o Senhor nosso Deus continue abençoando a sua belíssima jornada.