O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério do Turismo divulgaram nesta quarta-feira (6) a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua Turismo, que avaliou dados desse setor no país entre 2020 e 2021. Entre os principais destaques, o levantamento mostrou que São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os estados mais procurados para viagens nacionais.
Um dos objetivos da pesquisa é gerar informações sobre o volume e a natureza do turismo doméstico para auxiliar nas políticas de turismo do Brasil. Um dos pontos observados foi o impacto da pandemia no setor. Para o professor do Departamento de Turismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) Osiris Marques, levantar dados desse setor é de extrema relevância. "Sempre foi o nosso sonho que de fato o IBGE fizesse uma pesquisa dessa natureza. E a gente vê, três anos seguidos, apesar da pandemia, apesar de tudo que a gente passou, a pesquisa ser realizada é uma grande notícia, uma grande celebração".
As estatísticas do estudo mostram uma análise completa dos últimos dois anos, comparando com a edição de 2019. Enquanto em 2019 houve ao menos uma viagem finalizada nos três meses anteriores à entrevista em 21,8% dos domicílios brasileiros, em 2020 esse percentual caiu para 13,9% e em 2021 para 12,7%. Flávia Vinhaes, analista do IBGE, mostra esse impacto da pandemia. "Quando a gente olha o número de viagens, a gente vê que houve uma queda nas viagens de 2019 para 2020: o contingente de viagens caiu 35,1%. E de 2020 para 2021 o contingente caiu 9,1%. Totalizando uma queda de 2019 para 2021 de 41% das viagens."
Em relação à demanda turística, a PNAD mostrou que tanto nos 9,9 milhões de domicílios onde ocorreram viagens em 2020, quanto nos 9,1 milhões de domicílios em 2021, 95,8% registraram até três viagens, prevalecendo a ocorrência de uma viagem em 74,2% dos domicílios em 2020 e 74,9% em 2021.
Destinos
Os destinos nacionais tiveram larga preferência pela população. Em 2020, 98% das viagens analisadas foram nacionais. Em 2021, esse percentual foi de 99,3%. No último ano, as regiões Sudeste (40,9%), Nordeste (28,2%) e Sul (17,3%) foram os principais destinos. Centro-Oeste e Norte representaram, respectivamente, 7% e 6,6% das visitas.
O ranking entre os estados que mais receberam viajantes, tanto de outras unidades da federação como de outras cidades da mesma UF, tem São Paulo em primeiro lugar, recebendo 20,6% dos viajantes do país em 2021. Minas Gerais (11,4%), Bahia (9,5%) e Rio de Janeiro (6,6%) aparecem na sequência. Já entre os estados onde houve mais gastos totais em viagens nacionais com pernoite, São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro, respectivamente, puxam a relação.
Outro recorte relevante da pesquisa mostra os gastos per capita diários médios por unidade da federação de destino em 2021. Nesse levantamento, o Distrito Federal lidera com uma média de R$ 292 por dia com pernoite para cada pessoa que visitou a capital. O menor gasto veio de Roraima, com R$ 57.
“O gasto total médio das viagens nacionais com pernoite, realizadas pelos moradores do domicílio nos três meses que antecederam a entrevista, foi estimado em R$ 1.331. A quantidade de participantes da viagem tem forte impacto nos gastos. Dessa forma, foi estimado o gasto per capita médio no Brasil, no ano em questão, em R$ 799. Entretanto, a quantidade de dias dispendidos na viagem também é fator de grande impacto nos gastos, tendo sido estimado o gasto per capita diário médio no Brasil, no ano de 2021, em R$ 204”, aponta o texto da pesquisa.
Já sobre os motivos das viagens, a PNAD apontou que, do total de 13,6 milhões de viagens investigadas em 2020, 11,5 milhões (85,1%) foram por finalidade pessoal. Em 2021, de um total de 12,3 milhões de viagens investigadas, 10,5 milhões (85,4%) foram feitas com este mesmo fim. Lazer, visita a parentes e amigos, tratamento de saúde ou consulta médica e eventos familiares foram os principais motivos.